You had chemicals boy
Eu acabo de baixar o remix em dnb ("London Electricity mix") de "Born Slippy" do site oficial dos Underworld. A versão original tinha uma letra fantástica sobre um batidão bate-estaca four-on-four irritante - e este remix corrige isso.
O que posso dizer sobre "Born Slippy"? É uma mistura fascinante de canto de esperança no futuro, meditação sobre a superficialidade da consciência e narrativa perturbadora sobre estados neuroquímicos alterados.
"Born slippy" é a "Blowing in the wind" da nossa era - a cultura pop que passa do tomismo a Spinoza, do canto de liberdade e da responsabilidade ética que da liberdade advém ao questionamento mais propriamente filosófico sobre as motivações profundas por trás das ações que julgamos livres.
Em paralelo a isso, "Born Slippy" canta o devir. É uma boa época para se viver, quando estes ingleses que escrevem música para a pista de dança fazem o melhor comentário explicativo sobre Bergson que existe em lingua laica.
Convertido em dnb, que em si é o culto da velocidade pura como método de análise, as três faces do fluxo de consciência coletiva de "Born Slippy" apenas ganham camadas de significado. O sentido spinoziano da aparência contraditória de liberdade, em particular, torna-se concreto e físico: as nossas ações acontecem tão rápido que se tornam efeito antes de que consigamos querê-las.
É a inteligência coletiva chegando a uma maturidade tal que a faz redescobrir os projetos filosóficos de alguns homens particularmente lúcidos que se destacaram para o seu tempo. Paul Virilio ficaria orgulhoso.
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