Anacoluto: caffeine for the mind, pizza for the body, sushi for the soul.

"We're not, as some people maintain, obsessed with pop culture so much as we're obsessed with its possibilities for stratification and dateability." (Thurston Moore)

8.7.04


Um recorte feminista vai encontrar um reacionarismo objetificante no novo single da Merrill "Peaches" Nisker (o alter-ego vulcão-sexual da líder dos angulares Fancypants Hoodlum) com o Iggy Pop. De fato, apesar da tônica agressiva de desafio, a narrativa tem Merrill se oferecendo ao macho alfa, um jogo de desafio e submissão que remete ao imaginário sexual de uma outra geração.

Eu tenho duas perguntas. Primeiro, o fato de que o Iggy responde à série de homenagens (na forma de referências a sua obra) de Merrill com algumas referências ao primeiro disco dela como Peaches significa que ele a reconhece como artista relevante no mesmo gênero em que ele fez "Raw Power" e "The Idiot" e/ou reação à chatura entenda-meus-hormônios de Lil' Kim e quejandos?

Segundo, posto que a rejeição à politização de sua sexualidade via feminismo é parte importante do discurso de Merrill, é válido dizer que ela está sendo política ao se recusar a ser política? Em outras palavras, uma mulher pode assumir uma estética sexual do tipo desafio-e-submissão apesar do feminismo, mas não contra o feminismo?