Um recorte feminista vai encontrar um reacionarismo objetificante no novo single da Merrill "Peaches" Nisker (o alter-ego vulcão-sexual da líder dos angulares Fancypants Hoodlum) com o Iggy Pop. De fato, apesar da tônica agressiva de desafio, a narrativa tem Merrill se oferecendo ao macho alfa, um jogo de desafio e submissão que remete ao imaginário sexual de uma outra geração.
Eu tenho duas perguntas. Primeiro, o fato de que o Iggy responde à série de homenagens (na forma de referências a sua obra) de Merrill com algumas referências ao primeiro disco dela como Peaches significa que ele a reconhece como artista relevante no mesmo gênero em que ele fez "Raw Power" e "The Idiot" e/ou reação à chatura entenda-meus-hormônios de Lil' Kim e quejandos?
Segundo, posto que a rejeição à politização de sua sexualidade via feminismo é parte importante do discurso de Merrill, é válido dizer que ela está sendo política ao se recusar a ser política? Em outras palavras, uma mulher pode assumir uma estética sexual do tipo desafio-e-submissão apesar do feminismo, mas não contra o feminismo?
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