Anacoluto: caffeine for the mind, pizza for the body, sushi for the soul.

"We're not, as some people maintain, obsessed with pop culture so much as we're obsessed with its possibilities for stratification and dateability." (Thurston Moore)

12.8.04

Sinto-me estranhamente bem para um início de período. As férias de inverno costumam ser calmas, dedicadas a uma ou duas idéias de interesse; as férias de verão são passadas no IMPA. Em ambos casos, o contraste com a fábrica de salsichas me agride.

Pode ser o meu estado retraído. Tenho tentado manter diálogo com as pessoas importantes, mas ando muito mais introspectivo que o habitual, e mesmo as pequenas conversas têm me custado energia. Eu entro e saio de salas cheias sem ver nenhum rosto em específico; ando em silêncio ao lado das pessoas de sempre, e fico me perguntando o que elas têm pensado disso. Durante alguns instantes. Processamento paralelo, a minha ontologia marxista, John Updike e coisas ainda mais amorfas flutuam pela minha mente.

Outro dia, saímos para dar uma volta pela cidade de carro. Algo do tipo "que subversivo, estamos fazendo algo espontâneo". Foi uma experiência interessante. Eu não conseguia dizer muita coisa - todos os meus pensamentos se transformavam imediatamente em mitologias incomunicáveis - mas tinha uma estranha sensação de conforto, como se estas pessoas fizessem realmente parte da minha história.

Enfim. Sinto-me feliz, embora não consiga juntar energia para desfazer alguns excessos do período passado. Ei, você, eu não desisti de reatar o diálogo, apenas estou completamente voltado para dentro estes dias. Surpreendentemente, estou aprendendo a lidar lindamente com ambientes adversos, mesmo que dar aulas de monitoria esteja sendo uma tortura. Mas as minhas estratégias de adaptação não me permitem tomar iniciativas ainda.

Ei, talvez o mundo seja realmente mágico.

8.8.04

"The dead, Jesus. They were multiplying, and they look up begging you to join them, promising it's all right, it is very soft down here. Pop, Mom, old man Springer, Jill, the baby called Becky for her short time, Tothero. Even John Wayne, the other day. The obituary page every day shows another stalk of a harvest endlessly rich, the faces of old teachers, customers, liocal celebrities like himself flashing for a moment then going down. For the first time since childhood, Rabbit is happy, simply, to be alive. He tells Charlie, "I figure the oil's going to run out about the same time I do, the year two thousand. Seems funny to say it, but I'm glad I lived when I did. These kids coming up, they'll be living on table scraps. We had the meal."-- John Updike, "Rabbit is rich".